Articulação temporomandibular

A articulação temporomandibular (art. temporomandibularis) é a única articulação do crânio. Essa articulação é pareada, formada pela cabeça articular do maxilar inferior, bem como pela fossa mandibular e pelo tubérculo articular do osso temporal, cobertos por fibrocartilagem. A cápsula articular dessa articulação é larga. No osso temporal, ela se fixa na frente do tubérculo articular e atrás, próximo à fissura petrotimpânica. No processo condilar do maxilar inferior, a cápsula se fixa aproximadamente 0,5 cm abaixo da borda posterior da cabeça desse osso. A cápsula articular se funde com as partes periféricas do disco articular, de modo que o disco divide a cavidade articular em duas seções (andares) isoladas uma da outra. A membrana sinovial da articulação temporomandibular também se divide nas membranas sinoviais superior e inferior (membranae synoviales superior e inferior), cobrindo a superfície interna da cápsula articular dos andares superior e inferior da articulação, respectivamente.

A articulação temporomandibular é fortalecida por ligamentos. Ligamento lateral(lig. laterale) é um espessamento lateral da cápsula. Fora da articulação, existem dois ligamentos. O ligamento esfenomandibular(lig. esfenomandibular) origina-se na espinha do osso esfenoide e está ligado à língula da mandíbula. Ligamento estilomandibular(lig. estilomandibular) vai do processo estiloide do osso temporal até a superfície interna do maxilar inferior, fixando-se próximo ao seu ângulo.

A articulação temporomandibular é pareada, complexa (possui um disco articular, discus articularis), combinada e de formato elipsoidal. Os seguintes tipos de movimentos são realizados nas articulações temporomandibulares direita e esquerda: abaixamento e elevação da mandíbula, correspondendo à abertura e ao fechamento da boca. É possível mover a mandíbula para frente e retornar à sua posição original; movimento da mandíbula para a direita e para a esquerda (movimentos laterais).

Quando o maxilar inferior é abaixado, a protrusão do queixo se move para baixo e para trás, ao longo de um arco com sua concavidade voltada para trás e para cima. Três fases são distinguidas neste movimento. Na primeira fase (abaixamento insignificante do maxilar inferior), o movimento ocorre em torno do eixo frontal no assoalho inferior da articulação. O disco articular permanece na fossa glenoide. Na segunda fase, com um abaixamento significativo do maxilar inferior contra o fundo do movimento de dobradiça das cabeças articulares no assoalho inferior da articulação, o disco cartilaginoso, juntamente com a cabeça do processo articular, desliza para a frente, deslocando-se para o tubérculo articular. O processo condilar do maxilar inferior se move para a frente em aproximadamente 12 mm. Na terceira fase (abaixamento máximo do maxilar), o movimento ocorre apenas no assoalho inferior da articulação em torno do eixo frontal. Neste momento, o disco articular está localizado no tubérculo articular. O mecanismo de elevação do maxilar inferior repete as etapas de seu abaixamento na ordem inversa.

Quando o maxilar inferior é deslocado para a frente, o movimento ocorre apenas no assoalho superior da articulação. Os processos articulares, juntamente com os discos articulares, deslizam para a frente e saem no tubérculo articular nas articulações temporomandibulares direita e esquerda.

Com o deslocamento lateral do maxilar inferior, os movimentos nas articulações temporomandibulares direita e esquerda não são os mesmos: quando o maxilar inferior se move para a direita, a cabeça articular, juntamente com o disco, desliza para a frente na articulação temporomandibular esquerda e sai no tubérculo articular. O deslizamento ocorre apenas no assoalho superior da articulação. Ao mesmo tempo, na articulação do lado direito, a cabeça articular desloca-se em torno do eixo vertical que passa pelo colo do processo condilar. Quando o maxilar inferior se move para a esquerda, a cabeça desliza para a frente, juntamente com o disco articular na articulação direita, e gira em torno do eixo vertical na esquerda.

Na radiografia da articulação temporomandibular na projeção lateral (com a boca fechada), a fossa mandibular do osso temporal é visível como uma depressão. O tubérculo articular projeta-se para a frente. A cabeça do maxilar inferior tem a forma de uma semi-oval com contornos suaves. Entre a cabeça do maxilar inferior e a fossa mandibular, é visível na radiografia um espaço articular, mais largo no meio do que nas bordas. Com o maxilar inferior abaixado, a cabeça do maxilar inferior está sobre o tubérculo articular e a fossa mandibular permanece livre.