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A utilização generalizada de gás natural não ajudará a abrandar as alterações climáticas
Última revisão: 30.06.2025
Embora a queima de gás natural produza muito menos dióxido de carbono do que o carvão, um novo estudo descobriu que usar mais gás natural não ajudará a desacelerar significativamente as mudanças climáticas.
Tom Wigley, cientista sênior do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica dos EUA, destaca as maneiras complexas e, às vezes, contraditórias pelas quais os combustíveis fósseis influenciam o clima da Terra. Além do dióxido de carbono, a queima de carvão emite grandes quantidades de sulfatos e outras partículas que, embora prejudiciais ao meio ambiente, resfriam ligeiramente o planeta ao bloquear a luz solar.
A situação é ainda mais complicada pelo fato de não estar claro quanto metano está vazando durante as operações de gás natural (o metano é um gás de efeito estufa particularmente potente).
A modelagem computacional do Sr. Wigley mostrou que uma redução de 50% no uso de carvão e um aumento correspondente no uso de gás natural elevaria as temperaturas globais em menos de 0,1°C nos próximos 40 anos. Depois disso, a dependência do gás natural reduziria gradualmente a taxa de aquecimento global, mas não significativamente em comparação com o aquecimento global projetado de 3°C até 2100, supondo que as tendências energéticas atuais se mantenham.
Se o vazamento de metano durante as operações associadas for mantido em 2%, o aquecimento global poderá ser reduzido em cerca de 0,1°C até 2100. Com vazamento zero, o valor será de 0,1 a 0,2°C. Se o vazamento atingir 10% (o pior caso), o uso de gás natural não terá impacto no aquecimento global até 2140.
"Não importa qual seja o nível de vazamento de metano, o aquecimento adicional é inevitável porque, ao abandonar o carvão, você também está abandonando a emissão de sulfatos e outros aerossóis", enfatiza Wigley.
Em todos os cenários de vazamento, o efeito de resfriamento relativo do gás natural se tornará aparente no século 22, mas será igualmente mínimo.