Implantes auriculares podem ajudar a restaurar os nervos auditivos

Pela primeira vez na prática médica, especialistas utilizaram um implante coclear para terapia genética da audição. Este dispositivo permite a restauração dos nervos auditivos, o que, em última análise, melhora significativamente a audição. No entanto, segundo especialistas, este método pode ser usado não apenas para a correção auditiva, mas também para o tratamento de doenças neurológicas e mentais.

O método de terapia genética envolve a administração de neurotrofina (uma proteína importante para o desenvolvimento e funcionamento adequado dos neurônios) aos órgãos auditivos. Esse método era bastante difícil para os especialistas, pois era impossível administrar neurotrofinas por meio de medicamentos. Por isso, os cientistas decidiram usar implantes cocleares para esses fins.

O implante emite impulsos elétricos que transportam DNA para as células, estimulando a produção de neurotrofinas. O implante consiste em duas partes: uma interna e uma externa. A parte interna é equipada com um transmissor implantado no osso mastoide, atrás da orelha, e eletrodos conectados à cóclea. A parte externa contém um microfone e uma unidade de processamento de fala. Qualquer som captado pela parte externa é transmitido por sinais elétricos através dos eletrodos para a parte interna, onde os nervos auditivos são estimulados e um sinal é enviado ao cérebro, percebido como som. Ao mesmo tempo, o método de terapia genética inicia o processo de restauração das células auditivas.

Como resultado, a pessoa adquire a capacidade de ouvir uma gama significativa de sons. Como resultado de um estudo de dois meses com o novo dispositivo, a produção de neurotrofinas diminuiu, mas as alterações nos nervos auditivos podem ser mantidas com a ajuda de um implante que fornece atividade neural.

O especialista Jim Patrick, que também forneceu apoio financeiro ao projeto de pesquisa, observou que os dispositivos cocleares têm um futuro promissor, e atualmente mais de 300 mil pessoas os utilizam em todo o mundo. Um dos autores do projeto de pesquisa, Gary Housley, também observou que pessoas que usam aparelhos auditivos têm uma faixa de percepção sonora mais baixa, o que as impede, por exemplo, de aproveitar plenamente a música. Portanto, o novo dispositivo coclear deve ajudar pessoas com problemas auditivos a ouvir mais sons ao seu redor.

Ao instalar um dispositivo coclear, o cirurgião insere uma solução de DNA na cóclea do ouvido interno e, após a ativação de impulsos elétricos, inicia o processo de transferência de DNA. No entanto, essa técnica não é adequada apenas para a correção auditiva. Por exemplo, cientistas sugerem que ela pode ser usada para tratar outros distúrbios, como depressão ou doença de Parkinson. Segundo os cientistas, o uso dessa terapia genética é mais seguro e tem um efeito direcionado.

A terapia genética pode ser usada para tratar distúrbios neurológicos graves, levando genes aos tecidos (incluindo o cérebro) com eficácia e efeitos colaterais mínimos. Uma equipe de pesquisa de Oxford relatou anteriormente que a terapia genética pode ser usada com sucesso para restaurar a visão em pessoas cegas.

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