Imunidade na lepra

A maioria das pessoas saudáveis desenvolve imunidade natural relativa às micobactérias da hanseníase, que se caracteriza por uma intensidade bastante alta. O estado de reatividade imunológica do macrorganismo ao patógeno da hanseníase é determinado principalmente por reações de imunidade celular. O teste intradérmico de lepromina é o mais frequentemente utilizado para esse fim. Resultados positivos desse teste indicam uma capacidade pronunciada do organismo de desenvolver uma resposta à introdução de micobactérias da hanseníase, ou seja, um alto grau de imunidade natural. Uma resposta negativa indica supressão das reações de imunidade celular, ou seja, a ausência de imunidade natural.

Portanto, o grau (tensão) da imunidade natural é um dos fatores decisivos na imunidade de uma pessoa à hanseníase e na formação do tipo de infecção por hanseníase em caso de infecção. Indivíduos com reação de Mitsuda positiva são significativamente menos suscetíveis ao risco de contrair hanseníase. Se infectados, a doença progride de forma mais favorável (geralmente na forma de hanseníase tuberculoide) e pode resultar em autocura. Indivíduos com reação de Mitsuda negativa constituem um grupo de alto risco. Se infectados, a doença progride de forma mais maligna (geralmente na forma de hanseníase virchowiana) e pode ter um desfecho desfavorável.

A imunidade natural à hanseníase é relativa, visto que seu grau (tensão) pode mudar sob a influência de diversos fatores. Devido à infecção repetida (superinfecção) por hanseníase, doenças concomitantes, hipotermia e outros motivos, a tensão da imunidade natural pode enfraquecer a ponto de supressão completa. Medidas que visam aumentar as defesas do organismo e o uso da vacina BCG ajudam a fortalecer a imunidade natural à hanseníase.

Segundo a maioria dos autores, os fatores de imunidade humoral não têm efeito protetor na hanseníase.

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Patogênese da hanseníase

O Mycobacterium leprae penetra no corpo humano principalmente através das membranas mucosas, menos frequentemente através da pele lesionada, sem causar alterações visíveis no local de introdução. Em seguida, o patógeno se espalha lentamente para os tecidos e órgãos através dos nervos, vasos linfáticos e sanguíneos.