Descobertas células estaminais resistentes à quimioterapia

Cientistas da Faculdade de Medicina Mount Sinai descobriram uma subpopulação de células resistentes à quimioterapia que impulsionam o crescimento tumoral. A descoberta pode levar a novas maneiras de diagnosticar o câncer precocemente e a tratamentos inovadores.

A resistência à quimioterapia é um fenômeno comum que ocorre em pacientes com câncer durante certos processos de tratamento e leva a consequências devastadoras. Tumores que inicialmente respondem à quimioterapia posteriormente se tornam resistentes a ela, levando à progressão do tumor e à morte do paciente.

O estudo mais recente mostra que a capacidade de proliferar apesar dos efeitos da quimioterapia é encontrada nas células-tronco cancerígenas descobertas pelos cientistas, que não se diferenciaram em tipos celulares mais específicos. Ao mesmo tempo, as células cancerígenas diferenciadas morreram sob a influência da quimioterapia.

Uma equipe de pesquisadores liderada por Carlos Cordon Cardo e Josep Domingo Domenech, da Faculdade de Medicina Mount Sinai, criou modelos celulares de câncer de próstata resistentes a medicamentos, expondo células cancerígenas a doses gradualmente crescentes de quimioterápicos, incluindo docetaxel. Eles encontraram células que apresentavam sinais de desenvolvimento e também exibiam funções de células-tronco cancerígenas, incluindo a promoção do crescimento de células tumorais.

Os cientistas então estudaram amostras de câncer de próstata humano e descobriram que pacientes com tumores mais agressivos ou metastáticos tinham mais dessas células "tronco" cancerígenas.

"Pela primeira vez, as chamadas células-tronco cancerígenas foram identificadas como a causa da resistência ao tratamento e do desenvolvimento de tumores. Isso significa que essas células são o calcanhar de Aquiles do câncer", disse o Dr. Cordon Cardo. "Essas descobertas são o ápice de mais de seis anos de pesquisa que levaram à identificação de características oncológicas essenciais para a compreensão de como a doença opera e progride."

O estudo também identifica uma nova estratégia para o tratamento do câncer de próstata: uma combinação de quimioterapia padrão e dois medicamentos que inibem a capacidade das células-tronco de se desenvolverem e se diferenciarem. Alguns desses medicamentos já estão em ensaios clínicos.

“Ao atacar essas novas células-tronco cancerígenas, impedimos o crescimento do tumor, em vez de tratar os sintomas da doença”, explica o Dr. Domingo Domenech. “A descoberta dessa população de células pode levar a novas formas de diagnóstico precoce do câncer e a estratégias terapêuticas inovadoras.”

O estudo foi realizado em células de câncer de próstata, mas novas pesquisas mostram que o novo tipo de célula também está presente em outros tipos de câncer, como câncer de mama, câncer de cólon, câncer de bexiga e câncer de pulmão.

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