Os países onde as mulheres não estão seguras para viver foram classificados

Enquanto o mundo caminha lentamente em direção ao estabelecimento definitivo da igualdade de gênero, uma questão preocupante permanece sem solução: a segurança das mulheres. Mesmo em países desenvolvidos, uma parcela significativa da população feminina não se sente segura, especialmente à noite.

Um novo estudo da Gallup mostra que em países como os EUA, onde 82% dos homens se sentem confortáveis andando à noite, apenas 62% das mulheres podem dizer o mesmo.

Os países menos seguros do mundo para ambos os sexos são, em grande parte, regiões devastadas pela guerra no Oriente Médio, Europa Oriental e África. Nesses países, homens e mulheres se sentem igualmente inseguros.

Essa tendência também é verdadeira nos países em desenvolvimento, mas aqui a diferença entre homens e mulheres está começando a aumentar.

Com base em um relatório da Gallup, o 24/7 Wall St. analisou 10 países onde a diferença entre a segurança de vida de homens e mulheres é maior.

1. Nova Zelândia

• Mulheres que se sentem menos seguras que os homens: 35%
• Mulheres que se sentem seguras à noite: 50%
• Homens que se sentem seguros à noite: 85%

A maioria dos indicadores de igualdade de gênero, exceto os de segurança, são altos na Nova Zelândia. O Fórum Econômico Mundial classifica a Nova Zelândia em quarto lugar em igualdade de gênero.

Em termos de perspectivas de emprego, a proporção de homens trabalhando em tempo integral é apenas ligeiramente superior à de mulheres: 66% para homens e 64% para mulheres. Em termos de participação política, 32,2% dos membros do parlamento são mulheres.

Esses dados parecem sugerir que a violência não existe na vida das mulheres nesta ilha. Mas as estatísticas refutam esse equívoco: em 2009, houve 30,58 incidentes por 100.000 pessoas, e o país ficou em sétimo lugar na frequência de estupros entre 94 países.

Em 2011, as Nações Unidas nomearam a Nova Zelândia entre os piores países em violência doméstica.

2. Argélia

• Mulheres que se sentem menos seguras que os homens: 34% (empatadas em 2º lugar)
• Mulheres que se sentem seguras à noite: 32%
• Homens que se sentem seguros à noite: 66%

Menos de um terço das mulheres na Argélia, país do norte da África, se sentem seguras à noite, a quinta pior taxa do mundo. Embora a proporção de homens que trabalham em tempo integral seja quase idêntica à de mulheres que trabalham em tempo integral, outros indicadores de igualdade de gênero são menos animadores.

Apenas 8% do parlamento é representado por mulheres. Segundo a ONU, a taxa de estupro per capita é relativamente baixa, mas os relatórios podem não refletir a verdade.

A Anistia Internacional afirma que os direitos das mulheres são marginalizados no país, com muitas questões não resolvidas em torno da violência contra as mulheres e seus direitos como "subordinadas aos homens em questões de casamento, divórcio, custódia dos filhos e herança".

3. Malta

• Mulheres que se sentem menos seguras que os homens: 34% (empatadas em 2º lugar)
• Mulheres que se sentem seguras à noite: 48%
• Homens que se sentem seguros à noite: 82%

Em um relatório de 2010, o Comitê da ONU para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres criticou a abordagem aos direitos e à segurança das mulheres em Malta.

O relatório expressou preocupação com o fato de a violência doméstica ser um problema persistente no país e de as atitudes socioculturais maltesas continuarem a tolerar a violência doméstica. No entanto, houve algum progresso quando o Parlamento maltês legalizou o divórcio em julho de 2011.

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4. Chipre

• Mulheres que se sentem menos seguras que os homens: 28% (4º)
• Mulheres que se sentem seguras à noite: 57%
• Homens que se sentem seguros à noite: 85%

A porcentagem de mulheres empregadas em Chipre aumentou significativamente no ano passado: 74% das mulheres têm emprego em período integral, em comparação com 78% dos homens.

No entanto, a taxa de desemprego entre os homens cipriotas era metade da das mulheres: apenas 3% contra 6% em 2011. Em muitas outras áreas, a situação das mulheres no país também permanece extremamente ambígua.

A participação política das mulheres é limitada: apenas 10,7% dos membros do parlamento cipriota são mulheres. Elas ocupam apenas 9% dos cargos ministeriais. A desigualdade de status das mulheres se estende a muitos aspectos de suas vidas no Chipre, o que afeta negativamente a segurança. Segundo o Departamento de Comércio dos EUA, em 2010, o Chipre é um "destino final" na cadeia do tráfico sexual.

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5. Itália

• Mulheres que se sentem menos seguras que os homens: 28% (4º lugar)
• Mulheres que se sentem seguras à noite: 40%
• Homens que se sentem seguros à noite: 68%

Em termos de igualdade de gênero, os números da Itália são excepcionalmente baixos. Apenas 56% das mulheres estão empregadas integralmente, em comparação com 69% dos homens italianos.

Essa disparidade de 13% no emprego é uma das maiores do mundo. A Itália também apresenta um Índice de Gênero de 2011 medíocre: com 0,6796 pontos, ocupa a última posição na lista de 135 países do mundo. O índice se baseia na participação das mulheres na atividade econômica e em suas conquistas na educação, medicina e política.

Quando se trata de segurança, a desigualdade de gênero é particularmente pronunciada: apenas 40% das mulheres italianas se sentem seguras, em comparação com 68% dos homens.

6. Albânia

• Mulheres que se sentem menos seguras que os homens: 27% (empatadas em 6º lugar)
• Mulheres que se sentem seguras à noite: 54%
• Homens que se sentem seguros à noite: 81%

Enquanto mais de quatro em cada cinco homens no país se sentem seguros à noite, apenas mais da metade das mulheres podem dizer o mesmo.

A extensão real da violência contra as mulheres no país é difícil de determinar. Segundo a ONU, a taxa de estupro per capita está abaixo da média global. No entanto, o país tem mais de 80 assassinatos por 100.000 habitantes, uma das taxas mais altas do mundo.

O alto nível de violência sugere que os números de estupros podem estar subnotificados. Segundo a Anistia Internacional, a Albânia enfrenta um sério problema de violência doméstica, bem como de tráfico de mulheres para prostituição forçada.

7. Austrália

• Mulheres que se sentem menos seguras que os homens: 27% (empatadas em 6º lugar)
• Mulheres que se sentem seguras à noite: 51%
• Homens que se sentem seguros à noite: 78%

Menos da metade das mulheres na Austrália se sente segura à noite. O motivo fica óbvio quando se analisam as estatísticas de estupro do país: em 2009, a Austrália registrou 91,92 estupros por 100.000 habitantes, a maior taxa do mundo.

Em 2011, o governo australiano lançou o Plano e Programa Nacional para Reduzir a Violência Contra Mulheres e Seus Filhos.

De acordo com o site do governo australiano sobre o programa, uma em cada três mulheres australianas será vítima de violência física, e quase uma em cada cinco será vítima de violência sexual, até os 15 anos de idade.

8. EUA

• Mulheres que se sentem menos seguras que os homens: 27%
• Mulheres que se sentem seguras à noite: 62%
• Homens que se sentem seguros à noite: 89%

Apesar do alto PIB dos EUA, o nível de segurança pessoal das mulheres é extremamente baixo. Segundo a ONU, houve 88.097 casos de estupro nos EUA em 2009 — mais do que em qualquer outro país do mundo pesquisado pela ONU.

E esses são apenas os casos relatados. Uma em cada seis mulheres americanas sofre estupro, incesto ou violência doméstica.

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9. França

• Mulheres que se sentem menos seguras que os homens: 27%
• Mulheres que se sentem seguras à noite: 51%
• Homens que se sentem seguros à noite: 78%

Menos da metade das mulheres na França se sentem seguras para sair à noite, em comparação com quase 80% dos homens que se sentem seguros.

De acordo com o CIA World Factbook, quase 85% da população do país vive em áreas urbanas. Em muitos aspectos, a França é um dos países mais desenvolvidos do mundo. Mais de 98% dos habitantes concluem o ensino médio.

No entanto, em 2009, houve mais de 10.000 casos de estupro registrados. Este é um dos piores números do mundo.

10. Finlândia

• Mulheres que se sentem menos seguras que os homens: 26%
• Mulheres que se sentem seguras à noite: 66%
• Homens que se sentem seguros à noite: 92%

Na Finlândia, 80% das mulheres trabalham em tempo integral, enquanto apenas 68% dos homens o fazem. No entanto, quando se trata de segurança pessoal, elas se sentem menos seguras do que os homens. Embora tenham a menor taxa de criminalidade da UE, apenas 66% das mulheres finlandesas não temem por sua segurança à noite.

Em seu relatório de 2012, a Anistia Internacional criticou o estado finlandês por não fornecer abrigos e clínicas suficientes para vítimas de estupro e violência doméstica.