Uma gravidez não planeada? Pausa

Uma equipe de especialistas da Califórnia está confiante de que o desenvolvimento do feto dentro do útero da mãe pode ser suspenso sem consequências negativas para a mulher ou para o futuro filho.

Até o momento, os cientistas conseguiram interromper o processo de desenvolvimento do embrião dentro do corpo da mãe por um mês, após o qual o feto continua a se desenvolver normalmente. Segundo especialistas, é possível interromper a gravidez temporariamente e por um período muito mais longo, mas isso exigirá uma série de estudos adicionais e, além disso, esse processo exige recursos significativos do corpo da mãe.

Esta descoberta foi feita na Universidade da Califórnia durante um estudo sobre os processos que ocorrem em roedores durante a gestação. Durante o trabalho, os cientistas interromperam o desenvolvimento do embrião dentro das fêmeas e o reiniciaram. Após o término da gestação e do parto, as fêmeas se sentiram bem e os filhotes estavam completamente saudáveis.

Como já observado, é possível interromper a gravidez apenas por um determinado período de tempo – no máximo 30 dias, mas o embrião deve estar em um estágio inicial de desenvolvimento, caso contrário, consequências negativas são possíveis.

Em seu relatório, os cientistas também observaram um fato interessante: o corpo é capaz de suspender independentemente o processo de desenvolvimento do embrião – isso acontece, por assim dizer, em situações de emergência, quando, por exemplo, a mãe está passando fome ou a vida do embrião está ameaçada por algum fator externo. O papel principal nisso é desempenhado pela proteína mTOR, e quanto maior a concentração de inibidores dessa proteína, maior a "pausa" durante a gravidez.

Especialistas americanos estão confiantes de que a descoberta será útil não apenas no estudo do desenvolvimento de embriões, mas também no desenvolvimento de uma cura para o câncer e no combate ao envelhecimento. Especialistas observam que células-tronco ou cancerígenas também podem ser colocadas em hibernação e, se os cientistas conseguirem encontrar mecanismos para controlar esse processo, isso representará um verdadeiro avanço no tratamento de doenças oncológicas e no combate ao envelhecimento.

Segundo os cientistas, os processos de desenvolvimento embrionário podem ser interrompidos por um período maior, mas neste caso o corpo da mãe trabalhará até a exaustão, o que naturalmente afetará imediatamente a saúde da mulher.

Especialistas observaram que esta descoberta, assim como várias outras importantes, foi feita completamente por acidente. Segundo o chefe do projeto de pesquisa, tais capacidades do organismo mamífero foram uma verdadeira surpresa para os cientistas. Os pesquisadores planejavam estudar o efeito da proteína mTOR no crescimento de células embrionárias, mas, como resultado, a supressão da proteína levou o embrião a entrar em "hibernação".

Os especialistas não pararam por aí e continuaram seu trabalho com células-tronco obtidas de um embrião em estágio inicial de desenvolvimento. Como resultado, essas células também entraram em um estado de animação suspensa após a manipulação da proteína mTOR.

Presumivelmente, a "pausa" durante a gravidez reduz a atividade da maioria dos genes, e apenas aqueles capazes de suprimir a atividade genética permanecem ativos. Os especialistas enfatizaram, mais uma vez, que não tinham a tarefa direta de interromper o desenvolvimento do embrião por um tempo ou de encontrar um método eficaz para tratar o câncer ou rejuvenescer.