A luz solar reduz o risco de doença inflamatória intestinal

Um estudo de longo prazo realizado nos EUA, publicado no periódico GUT, descobriu que viver em países ensolarados pode reduzir o risco de desenvolver doença inflamatória intestinal, especialmente em pessoas com 30 anos ou mais.

A doença de Crohn, a retocolite ulcerativa e a doença inflamatória intestinal geralmente têm um impacto significativo na qualidade de vida de uma pessoa.

Embora pesquisas recentes tenham identificado fatores genéticos que podem estar envolvidos no desenvolvimento da doença inflamatória intestinal, as causas do seu desenvolvimento permanecem em grande parte desconhecidas. Cientistas afirmam que, dado o risco genético geral, fatores como ambiente e estilo de vida também desempenham um papel importante.

Suas descobertas baseiam-se em dados de dois estudos que acompanharam a saúde de enfermeiros ao longo do tempo. Um estudo, denominado Nurses' Health Study I, teve início em 1976, e o outro, denominado Nurses' Health Study II, teve início em 1989.

Ambos os estudos incluíram informações sobre onde os participantes moravam ao nascer e se tinham doença inflamatória intestinal. Nenhum dos participantes tinha histórico de doença intestinal quando foi incluído nos estudos. A cada dois anos, todos os 238.000 participantes com idades entre 25 e 55 anos que participaram dos estudos atualizavam suas informações de saúde.

Os pesquisadores dividiram os estados americanos em latitudes norte, média e sul para cada um dos quatro fusos horários (Leste, Central, Montanha e Pacífico). Em 1992, os cientistas registraram as residências de pouco menos de 176.000 mulheres. Em 2003, 257 mulheres haviam sido diagnosticadas com doença de Crohn e 313 mulheres tinham colite ulcerativa.

Os autores descobriram que a doença intestinal estava significativamente associada a latitudes mais ao norte e que, aos 30 anos, as mulheres tinham maior probabilidade de desenvolver tais doenças.

Eles também descobriram que, em comparação com mulheres que viviam em latitudes do norte, aquelas que viviam em climas do sul tinham 52% menos probabilidade de desenvolver a doença de Crohn aos 30 anos e 38% menos probabilidade de desenvolver colite ulcerativa. Os pesquisadores descobriram que o tabagismo, que se acreditava afetar o risco de desenvolver doença intestinal, não afetou os resultados.

A conclusão de que o gradiente de risco para colite ulcerativa e doença de Crohn diminui de norte para sul é óbvia. Os cientistas atribuem isso às diferenças na exposição à luz solar ou à radiação UV, que geralmente é maior nas latitudes meridionais. A radiação UV é o maior determinante ambiental da produção de vitamina D. E a vitamina D desempenha um papel importante na imunidade inata e na regulação da resposta inflamatória.

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