Níveis óptimos de magnésio podem reduzir o risco de demência

Um estudo publicado na revista Advances in Nutrition se concentrou na ligação entre os níveis de magnésio no corpo e a saúde cognitiva e o funcionamento neurológico em adultos.

A demência em idosos é uma causa significativa de incapacidade e mortalidade, pois afeta não apenas a memória e o comportamento, mas também a maioria das habilidades cognitivas, incluindo o desempenho de tarefas diárias. Mais de 55 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de demência, e espera-se que esse número, bem como o ônus econômico para os cuidados de saúde, aumente significativamente na próxima década devido ao envelhecimento da população.

Fatores de risco modificáveis, como estresse, depressão, saúde vascular e estilo de vida, devem ser considerados para reduzir a incidência ou retardar a progressão da demência. Os eletrólitos desempenham um papel importante na saúde neurológica. O magnésio, em particular, desempenha um papel fundamental na função celular e na saúde neuronal, e sua deficiência tem sido associada ao comprometimento da memória e à doença de Alzheimer. No entanto, os resultados de estudos de coorte de longo prazo sobre este tema têm sido inconsistentes.

Neste estudo, os pesquisadores conduziram uma revisão sistemática de estudos de coorte e ensaios clínicos randomizados sobre o papel do magnésio na saúde cognitiva. Eles também conduziram uma meta-análise para determinar a associação entre diferentes formas de magnésio (ingestão alimentar, suplementos e biomarcadores) e resultados cognitivos.

Embora os mecanismos exatos ainda não estejam claros, sabe-se que o magnésio contribui para a saúde neuronal, reduzindo a inflamação e o dano oxidativo, além de manter a integridade da barreira hematoencefálica. O magnésio também inibe a atividade do receptor N-metil-D-aspartato e reduz o influxo de cálcio, reduzindo o dano excitotóxico. Ele desempenha um papel na manutenção dos axônios mielinizados e das bainhas de mielina dos neurônios.

Estudos em modelos animais mostraram que a deficiência de magnésio está associada à memória prejudicada associada à atividade hipocampal, e a suplementação oral de magnésio reduz a neuroinflamação.

Esta revisão incluiu estudos de coorte e ensaios clínicos randomizados em adultos com 18 anos ou mais que examinaram a associação entre magnésio na forma de biomarcadores, ingestão alimentar ou suplementos e resultados cognitivos medidos por diagnósticos ou testes.

O estudo constatou que os ensaios clínicos randomizados e estudos de coorte existentes foram capazes de fornecer apenas evidências moderadas de uma associação em forma de U entre os níveis séricos de magnésio e o comprometimento cognitivo e a demência. Um nível sérico ideal de magnésio de 0,085 milimoles por litro foi associado ao menor risco de demência.

Além disso, a associação entre a ingestão alimentar de magnésio e o risco de demência permaneceu obscura devido aos resultados inconsistentes entre os estudos e à falta de uma relação dose-resposta clara.

Os resultados sobre as associações de outras formas de exposição ao magnésio e os resultados cognitivos também não foram claros. Os resultados da revisão e da meta-análise mostraram a falta de evidências claras sobre os efeitos de diferentes formas de exposição ao magnésio nos resultados cognitivos. Portanto, mais ensaios clínicos randomizados e estudos de coorte de longo prazo são necessários para determinar os efeitos de diferentes fontes de magnésio nos resultados cognitivos ao longo do tempo.

O estudo destacou a falta de evidências convincentes sobre o papel de diferentes formas de magnésio na melhora dos resultados cognitivos e da demência. São necessários estudos mais detalhados e de longo prazo que examinem os efeitos da ingestão de magnésio de diferentes fontes nos resultados cognitivos e o papel dos biomarcadores de magnésio na saúde neuronal.