Pneumococos

Uma posição especial no gênero Streptococcus é ocupada pela espécie S. pneumoniae, que desempenha um papel muito importante na patologia humana. Foi descoberta por L. Pasteur em 1881. Seu papel na etiologia da pneumonia lobar foi estabelecido em 1886 por A. Frenkel e A. Weichselbaum, como resultado do qual S. pneumoniae é chamado de pneumococo. Sua morfologia é única: os cocos têm uma forma semelhante à chama de uma vela: uma extremidade da célula é pontiaguda, a outra é achatada; eles geralmente estão localizados em pares (as extremidades planas voltadas uma para a outra), às vezes na forma de cadeias curtas. Eles não têm flagelos e não formam esporos. No corpo de humanos e animais, bem como em meios contendo sangue ou soro, eles formam uma cápsula. Eles são gram-positivos, mas em culturas jovens e velhas, eles são frequentemente gram-negativos. Anaeróbios facultativos. A temperatura ótima para crescimento é de 37 °C; eles não crescem em temperaturas abaixo de 28 °C e acima de 42 °C. O pH ótimo para o crescimento é de 7,2-7,6. Os pneumococos produzem peróxido de hidrogênio, mas não possuem catalase, portanto, requerem a adição de substratos contendo essa enzima (sangue, soro) para o crescimento. No ágar sangue, pequenas colônias redondas são circundadas por uma zona verde formada como resultado da ação da exotoxina hemolisina (pneumolisina). O crescimento em caldo de açúcar é acompanhado por turbidez e formação de um pequeno sedimento. Além do antígeno O-somático, os pneumococos possuem um antígeno polissacarídeo capsular, que se distingue pela grande diversidade: de acordo com o antígeno polissacarídeo, os pneumococos são divididos em 83 sorovariantes, 56 dos quais são divididos em 19 grupos, 27 são representados independentemente. Os pneumococos diferem de todos os outros estreptococos em sua morfologia, especificidade antigênica e também por fermentarem inulina e serem altamente sensíveis à optoquina e à bile. Sob a influência dos ácidos biliares, os pneumococos ativam a amidase intracelular. Ela rompe a ligação entre a alanina e o ácido murâmico do peptídeo glicano, destruindo a parede celular e causando a lise do pneumococo.

O principal fator de patogenicidade do pneumococo é a cápsula de natureza polissacarídica. Pneumococos não encapsulados perdem virulência.

Os pneumococos são os principais agentes causadores de doenças pulmonares inflamatórias agudas e crônicas, que ocupam um dos primeiros lugares em morbidade, incapacidade e mortalidade da população em todo o mundo.

Os pneumococos, juntamente com os meningococos, são os principais causadores da meningite. Além disso, causam úlceras rasteiras da córnea, otite, endocardite, peritonite, septicemia e diversas outras doenças.

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Imunidade pós-infecciosa

Tipo-específico, causado pelo aparecimento de anticorpos contra um polissacarídeo capsular típico.

Diagnóstico laboratorial

O diagnóstico de doenças pneumocócicas baseia-se no isolamento e na identificação de S. pneumoniae. O material para o estudo é escarro e pus. Camundongos brancos são muito sensíveis a pneumococos, portanto, uma amostra biológica é frequentemente usada para isolá-los. Em camundongos mortos, os pneumococos são encontrados em uma preparação de esfregaço do baço, fígado e linfonodos, e ao semeá-los desses órgãos e do sangue, uma cultura pura é isolada. Para determinar o sorotipo dos pneumococos, utiliza-se uma reação de aglutinação em vidro com soros típicos ou o fenômeno de "inchaço da cápsula" (na presença de soro homólogo, a cápsula pneumocócica incha acentuadamente).

Prevenção específica

A prevenção de doenças pneumocócicas é realizada com vacinas preparadas a partir de polissacarídeos capsulares altamente purificados das 12 a 14 sorovariantes que mais frequentemente causam doenças (1, 2, 3, 4, 6A, 7, 8, 9, 12, 14, 18C, 19, 25). A vacina pneumocócica é altamente imunogênica.